NOVA EDIÇÃO



A "BÍBLIA" DA HISTÓRIA LOCAL ALENQUERENSE


A minha avó Quitéria Leitão Lourenço, aquela menina que quando o Dr. Bernardino Machado, em 1910; soube em Alenquer da implantação da República, e, na companhia de sua irmã Maria, lhe fez oferta de um ramo de flores, era uma mulher muito amante da leitura, digamos, sem favor, mais do que era habitual nesse tempo.

Os clássicos conhecia-os todos e gostava de me falar deles. Tanto que, uma vez, estando retido na cama com uma daquelas doenças próprias da criançada, fi-la correr a vila, visitando as suas amizades, para encontrar e trazer-me de empréstimo "As Farpas" de Ramalho Ortigão, título que havia imaginado como lenitivo para o meu achaque. Recordo ainda que as beneméritas emprestadoras, foram as irmãs Troni, que moravam à Judiaria.

Recordo ainda e muito bem, as vezes que ela me falou do "Alenquer e seu Concelho", de Guilherme João Carlos Henriques, o «inglês da Carnota», terminando a sempre a conversa de uma forma muito frustrante: «O teu avô tinha um... mas houve um fulano que o pediu emprestado e nunca o devolveu...» (e que pragas eu roguei a esse fulano!). Mas. o certo é que o "Alenquer e seu Concelho" passou a fazer parte do meu imaginário de leitor.

A primeira vez que coloquei a vista num exemplar foi no Sporting Clube de Alenquer, que teve uma Biblioteca e tanto! Isto até ao PREC, quando, por artes do demo, apareceu por lá uma dita «secção cultural» esquerdista (atenção, disse esquerdista, não disse comunista) que, tanto quanto me recorde nada vez para além de sanear livros, deitando-os da janela da sede para o rio. Eu, que com o Pires «enfermeiro, o Ricardo e o Padilha, na sala ao lado dávamos corpo e trabalho à Secção Filatélica e ainda uma «mãozinha» à de Campismo e Caravanismo, fui à Biblioteca, vi o nosso livro e trouxe-o comigo, dando disso conhecimento aos demais que o levava para casa para o ler e que depois o traria de volta, quando os «malucos» da Biblioteca recolhessem ao hospício. E assim aconteceu, devolvi-o em mão, como tesouro que era, ao director Fernando Teixeira.

A partir de certa altura comecei a adquirir tudo o que me aparecia referente a Alenquer, e estava ao alcance da minha bolsa. O "Alenquer e seu Concelho" demorou a aparecer, mas lá veio. Ainda em bom estado, umas manchas de humidade que vieram a desvanecer-se e uma boa encadernação, embora um pouco «gasta», a que o amigo Sá Nogueira deu uns toques de qualidade Ah! E a um preço módico, o que ainda hoje intriga. Depois, apareceu a edição fac-similada da "Arruda Editora" (presumo que esgotada ou a caminho disso) e agora esta da "Alenculta Editorial".

A partir de agora vai ser fácil encontrar ler ou consultar obra, a qual vai ser apresentada sábado, dia 9 de Dezembro, às 15 horas, na Igreja da Misericórdia, à Vila Alta de Alenquer. Há que lá ir e aproveitar para comprar este livro primogénito da História Local alenquerense.

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