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PUBLICADO NO JORNAL "NOVA VERDADE" DE 1 DE NOVEMBRO DE 2016

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A ESCOLA CONDE DE FERREIRA - Escola-tipo No dia 20 de Novembro de 1872, com júbilo e muita solenidade, foi inaugurada a “Aula Conde de Ferreira”, onde, durante um século, aprenderam as primeiras letras os rapazes da vila de Alenquer. Relata Guilherme J. Carlos Henriques que «entre os oradores [nesse acto inaugural] devem ser conservados em memória o então estudioso mancebo, Luís de Sousa Nápoles, representante de uma família nobre e antiga deste concelho, que habitava a quinta das Varandas, o digno juiz de direito, o presidente da câmara, o doutor José Manuel da Silva Pimentel, distinto advogado nesta terra [passados 10 anos seria ele o Presidente da Câmara], o professor José Pereira de Moura [o primeiro a leccionar nesta escola] e outros». Anoitecendo, os festejos continuaram com iluminações e festa rija, tendo a filarmónica da vila, chamada “Música Velha”, tocado no recinto da nova escola. À altura era presidente da edilidade Venâncio José de Oliveira e Carmo, proprietário

PUBLICADO NO JORNAL "NOVA VERDADE DE 1 DE OUTUBRO DE 2016

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OS HOMENS DA CARBONÁRIA Assim, no plural, para que não se confunda com o título do excelente livro de Carlos Ademar, O Homem da Carbonária , historiador e escritor que escolheu o concelho de Alenquer para residir. E, na realidade, também porque serão dois os homens que aqui evocaremos, o alenquerense Luz de Almeida que organizou a Carbonária portuguesa porque «não bastava criar revolucionários, era preciso fazer atiradores», e um outro, Roque de Miranda, que o acaso do momento trouxe a Alenquer, nas vésperas do 5 de Outubro , para ministrar aos republicanos locais mais disponíveis para o assalto ao poder monárquico um curso acelerado de “Como fazer uma Revolução”. O ALENQUERENSE DE QUEM NÃO SE FALA Há nomes que escaldam, assim parece ser o de Luz de Almeida. Não se nomeia o nome ao santo não vá ele aí aparecer armado até aos dentes, exibindo o seu “sorriso acariciador”, expressão retirada de um panfleto de 1927 que anunciava uma homenagem nacional ao «homem que pelo

PUBLICADO NO JORNAL "NOVA VERDADE" DE 1 DE SETEMBRO DE 2016

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ALENQUER TERRA DE VINHEDOS Nos celebrados escritos de Bento Pereira do Carmo, ou, pelo menos, naqueles que o jornal O Alemquerense publicou em 1889 como sendo dele, O Vinho dá corpo ao mais desenvolvido dos capítulos. E não é por acaso, pois o distinto alenquerense para além de homem de leis, parlamentar brilhante e revolucionário liberal que chegou a sentar-se na cadeira de Primeiro-Ministro, foi também um grande vinhateiro, como produtor e estudioso da matéria. Ditaram as circunstâncias da sua vida que, tendo enviuvado cedo, viesse a contrair um segundo casamento em 1820 com D. Claudina Maria Martins, proprietária de vastas terras a sul de Alenquer. Aí estabeleceu-se numa das quintas que baptizou de Sans Souci (Sem Cuidado) que haveria de transmitir a sua filha Maria Leonide Pereira do Carmo Chaves, que, com seu marido Davide Gonçalves Chaves, foi igualmente proprietária da quinta do Cobanco. Outras propriedades, cujos nomes os alenquerenses de hoje bem conhecem, surgem mais

PUBLICADO NO JORNAL "NOVA VERDADE" DE 1 DE AGOSTO DE 2016

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A TORRE DA COURAÇA RESISTE… «Imediatamente fora da porta de Nossa Senhora da Conceição há uma alta torre ou couraça que, nascendo da fundura do largo da Fábrica de Papel vem quase alcançar o nível daquela porta, tendo de altura, na frente, 18,60m». Assim se lhe refere o historiador Guilherme J. C. Henriques na sua obra A Vila de Alenquer , editada em 1902. Outros autores, como o Padre Luiz Cardoso, a ela aludem, mas de forma muito breve, fazendo notar que «por fora da porta do Carvalho, e na sua barbacã, se levanta da margem do rio uma couraça» (1) , e, nas Respostas ao inquérito pombalino de 1758, o prior da Várzea, João Martins da Silveira, também a ela se reporta nos seguintes termos: «Na mesma barbacã há uma grande torre, que ainda que muito alta não se chegou a acabar; é obra muito mais moderna que os ditos muros, segundo nela se vê e uma inscrição que tem na face nascente com a data do ano em que se fundou, que segundo ela, reinava o Senhor Rei Dom Fernando; e dentro d

PUBLICADO NO JORNAL "NOVA VERDADE" DE 1 DE JULHO DE 2016

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ALENQUER, O VERÃO, O RIO… E A MÚSICA! Na sua obra “A Descrição da Cidade de Lisboa”, Damião de Goes abre um parêntese para, com enlevo e carinho, dar a conhecer a terra onde nasceu, e, nessa meia dúzia de breves períodos, inevitavelmente o rio ocupa lugar de relevo, o rio e a convivência dos alenquerenses com as suas «frescas águas que murmurando lava», no dizer de um seu ilustre contemporâneo (e conterrâneo?) Luís de Camões: «Na base de Alenquer pois a parte principal dela está situada o cume de um monte bastante alto – nasce um rio, derivado de vários veios de água subterrâneos, muito ameno e abundante em pescaria, flanqueado de arvoredo em ambas as margens, que produz sombras agradáveis, durante o meio-dia e os fortes calores, às quais uma boa parte dos habitantes se acolhe». Isto era assim no século XVI, mas, passados dois séculos verificamos no Diccionário Geografico do Padre Luiz Cardoso, que o rio continuava fresco e as suas águas apetecíveis, com fama de termais:

PUBLICADO NO JORNAL "NOVA VERDADE" DE 1 DE JUNHO DE 2016

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A CAIXA ECONÓMICA OPERÁRIA ALENQUERENSE (1893-1919) Na vila industrial e operária que Alenquer foi, nasceu no dia 7 de Dezembro de 1893, no escritório do tabelião Francisco Maria Regada, a sociedade cooperativa de crédito denominada Caixa Económica Operária Alenquerense cujos estatutos foram publicados no Diário do Governo de 10 de Janeiro de 1894. Esta será tão só a certidão legal de nascimento, porque na realidade a Caixa teve por berço a casa do Padre Caetano da Rocha Branco, quando no dia 27 de Fevereiro de 1892, a convite de José Ignacio dos Santos e de José Maria Quintella, aí se reuniram para esse fim José Alves Godinho Évora, Sebastião Correia dos Santos, A. F. Carneiro Araújo, António Joaquim d’Almeida, Manuel Marques, Joaquim de Sousa e Leonel Tibúrcio. Dizem assertivamente alguns estudiosos que o Portugal oitocentista, atrasado e rural, viu passar-lhe ao lado a Revolução Industrial que desde o século anterior cavalgava o continente europeu. No entanto, algumas terr